HUMANIDADES E SAÚDE 9 - Humanização em Saúde na perspectiva das Humanidades

hum e saudeNeste semestre a disciplina se divide em cinco blocos e foca nas narrativas em saúde, na mitologia, literatura, história oral e artes visuais, para compreender melhor e capturar a diversidade humana, do outro e de si mesmo. Veja ao final as ementas de cada bloco.

HUMANIDADES E SAÚDE 9
Humanização em Saúde na perspectiva das Humanidades
Disciplina de Pós Graduação / 1º SEMESTRE DE 2025

DISCIPLINA PRESENCIAL

Professor Responsável: Prof. Dr. Dante Gallian (CeHFi)
Professores Participantes e convidados: Prof. Dr. Dante Gallian (CeHFi), Profa. Dra. Nádia Vieira (CeHFi), Prof. Dr. Yuri Bittar (CeHFi) Profa. Dra. Kelly Cunegundes (CeHFi), Profa. Dra. Gisele Wolkoff (UFF/CeHFi).
Promoção: Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi)

Quando e onde:
- Quartas-feiras, 9h - 11hs
Atividades presenciais
Datas: de 12/03 a 25/06 de 2025.
Local: CeHFi - R. Loefgren 2026 – 1º andar - pela escada externa (Campus São Paulo)

Carga horária didática (T/P): 32
Carga horária extra-sala: 45
Créditos: 05  (mínimo de 75% de presença e aproveitamento em avaliação escrita)
Vagas: 20

INSCRIÇÕES:
- a partir de 06/02/2025
ATENÇÃO: esta disciplina é para alunos matriculados na pós da UNIFESP e para alunos especiais que estejam realizando pesquisas relacionadas, mediante justificativa. 
Alunos matriculados na pós da UNIFESP: siiu.unifesp.br
Alunos especias: preencher formulário

Ementa e Objetivo Geral: Partindo das diversas experiências e linhas de pesquisa desenvolvidas no Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) da Escola Paulista de Medicina (EPM) da UNIFESP, esta disciplina de pós-graduação pretende apresentar e discutir a contribuição das Humanidades e das Ciências Humanas enquanto caminho de formação humanística e humanização na área da saúde. Neste semestre a disciplina se divide em cinco blocos e foca nas narrativas em saúde, na mitologia, literatura, história oral e artes visuais, para compreender melhor e capturar a diversidade humana, do outro e de si mesmo. Veja ao final as ementas de cada bloco. 

Objetivos Específicos:

- Possibilitar uma revisão dos norteadores teóricos para o conceito de Humanidades e suas relações com as Ciências da Saúde;
- Fomentar o contato com a bibliografia básica fundamental a respeito dos temas centrais Literatura e Experiência Estética como forma de humanização em saúde, educação e cultura; Filosofia e História em Saúde;
- Possibilitar a elaboração de trabalho científico na forma de artigo que será avaliado ao final do curso;
- Possibilitar ainda a elaboração de escrita de textos e imagens criativos.

Metodologia: Leitura prévia de textos determinados e discussão dos mesmos nos encontros do Seminário

Avaliação: Elaboração de um trabalho referente a um dos blocos. 

Programação:

Abaixo seguem o calendário das aulas, com os blocos, temas e bibliografia básica por aula. Ao final nas ementas de cada blocos temos as bibliografias complementares. 

 

Aula

Data

Prof. responsável

Tema

Leitura básica (complementar ao final)

01

12/3

Dante Gallian

Abertura

BLOCO: De Volta ao Jardim: uma proposta mitotópica de saúde existencial

Ser Humano, ser Jardineiro

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Gênesis. São Paulo, Paulus, 2012.


ELIADE, M. Mito e Realidade. 2a Ed. São Paulo, Perspectiva, 1986.


GRIMAL, Pierre. A Mitologia Grega. 4a Ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.


WÉNIN, A. De Adão a Abraão ou as errâncias do humano. Leitura de Gênesis 1,1-12,4. São Paulo, Loyola, 2011

02

19/3

Dante Gallian

O Projeto Babélico e a História Humana na Terra

DOSTOIÉVSKI, F. “O Sonho do Homem Ridículo” in Duas Narrativas Fantásticas. São Paulo, 34, 2006.

CHARDIN, Teilhard de. O Fenômeno Humano. 14a Ed., São Paulo, Cultrix, 1996.

WÉNIN, André. O Homem Bíblico. Leituras do Primeiro Testamento. São Paulo, Loyola, 2006.

03

26/3

Dante Gallian

De Volta ao Jardim: uma proposta mitotópica

JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

BACHELARD, G. A Água e os Sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. 3a Ed. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2018.

BACHELARD, G. A Psicanálise do Fogo (2a Ed. S. Paulo, Martins Fontes, 1999

04

2/4

Nádia

BLOCO: História Oral e Saúde

Introdução à História Oral

Definição e evolução da história oral.

Entender a escuta como prática ética e metodológica.

 

05

9/4

Nádia

A Arte da Escuta na História Oral

Discussão sobre ética na coleta de narrativas orais.

Questões éticas e metodológicas específicas para a saúde.

Discussão sobre o papel do pesquisador e do entrevistado.

 

06

16/4

Nádia

História Oral Aplicada à Saúde

Explorar a aplicação da história oral no contexto da saúde.

Identificar como as narrativas orais podem informar práticas de saúde.

Apresentar alguns trabalhos de História Oral na área da saúde.

 

07

23/4

Kelly

BLOCO: Medicina Narrativa

O que é medicina narrativa?

Cunegundes, Kelly Simone. Medicina Narrativa: Princípios, Benefícios e Desafios. MEDICA REVIEW: International Medical Humanities Review / Revista Internacional de Humanidades Médicas, ISSN-e 2660-6801, Vol. 10, Nº. 2 (Special Issue "Perspectives and Challenges of Narrative Medicine in the 21st Century"), 2022

Chimamanda Adichie: O perigo da história única: https://www.youtube.com/watch?v=EC-bh1YARsc

08

30/4

Kelly

A potência humanizadora da poesia de Manoel Barros

Só Dez Por Cento é Mentira - Manoel de Barro: https://www.youtube.com/watch?v=ZdDmLBPqDvY

09

7/5

Kelly

Narrativas os desafios na saúde

 

10

14/5

Yuri

BLOCO: Contar-criar - humanização através do espelho

OLIVEIRA LS de. "A IMAGEM É UMA COISA QUE NÃO É A COISA": o artista entre as camadas do espelho. ARS (São Paulo) [Internet]. 2015 Jul;13(26):112–25. Disponível: https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2015.106070

11

21/5

Yuri

Discussão dos contos “O espelho“

O Espelho – conto de Machado de Assis: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000240.pdf

O Espelho – conto de Guimarães Rosa: https://prosped.com.br/arte/conto-o-espelho-guimaraes-rosa

12

28/5

Yuri

Laboratório de ideias e conceito

 

13

4/6

Gisele

BLOCO: Sentimentos, Emoções e Corpos Traduzidos

Aula 01: Conversa breve sobre corpos segundo David Le Breton, emoções e sentimentos, de acordo com António Damásio e a transculturalidade em três narrativas contemporâneas distintas, começando pel´ “A Legião Estrangeira” de Clarice Lispector.

LISPECTOR, Clarice. “A repartição dos pães” e “A legião estrangeira” in Felicidade clandestina.1ª.ed. – Rio de Janeiro: Rocco, 2020, pp.82-85; 58-74.

14

11/6

Gisele

Aula 02: Corpos, sentimentos e emoções nos contos “Carne e Batata”  de Kunikida Doppo e “A Repartição dos Pães” de Clarice Lispector.

Doppo, Kunikida. “Carne e batata” in Contos da era Meiji. Geny Wakisaka (organizadora). Tradução Margarete Mitico Takehara ... et al.  São Paulo : USP, Centro de Estudos Japoneses, 1993, pp.61-84.

15

18/6

Gisele

Aula 03: “O Cego” de David Herbert Lawrence e “A Moça Rica” de Rubem Braga - o que nos faz humanos?

BRAGA, Rubem. “A Moça Rica” in Melhores Contos Rubem Braga. Seleção de Davi Arrigucci Jr – 12.ed. São Paul: Global, 2010, pp.49-51.

LAWRENCE, David Herbert. “O Cego” in O Cigano e Outras Histórias. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2021. 

16

25/6

Conclusão

   

Ementas detalhadas

 

Bloco 1: Prof. Dante

De Volta ao Jardim: uma proposta mitotópica de saúde existencial


Neste módulo se apresentará, de forma introdutória e sintética, uma pesquisa em andamento que procura, a partir de uma leitura particular de narrativas míticas e literárias – especialmente do Gênesis, primeiro livro da Bíblia – propor uma investigação profunda de um projeto mitotópico que vocaciona o humano como jardineiro existencial; guardador e cultivador de um jardim mítico porém real que deveria abranger o universo. Diante da atual crise climática, expressão de uma crise existencial de gigantesca magnitude e que ameaça não apenas a humanidade mas também o próprio planeta, as “soluções” sustentáveis da Modernidade se apresentam claramente insuficientes. Na encruzilhada entre utopia e distopia, nossa investigação aponta para uma saída mitotópica, fundamentada numa leitura do mito fundacional bíblico, que reverbera em diversas outras tradições e imaginações literárias. 


Aula 1: Ser Humano, ser Jardineiro

Considerações epistemológicas e existenciais sobre o mito: o que vem a ser uma mitopia?

O Projeto Divino: cultivar e guardar o jardim

Tentação, Desobediência e Expulsão


Aula 2: o Projeto Babélico e a História Humana na Terra 

A História Humana depois da Expulsão do Jardim

Babel e o Mito Civilizatório: a humanização enquanto dominação

A Modernidade e o Esgotamento do Ideal Babélico


Aula 3: De Volta ao Jardim: uma proposta mitotópica

O Reconhecimento do caráter “problemático” da proposta

O Ponto de Partida: o Jardim Interior

Do Interior para o Exterior: a reconversão em cultivadores e guardadores

Avaliação:  Elaboração de um artigo científico nos moldes da ABNT versando sobre um dos temas abordados durante o curso.

Bibliografia:

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Gênesis. São Paulo, Paulus, 2012.

ELIADE, M. Mito e Realidade. 2a Ed. São Paulo, Perspectiva, 1986.

BACHELARD, G. A Água e os Sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. 3a Ed. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2018.

BACHELARD, G. A Psicanálise do Fogo (2a Ed. S. Paulo, Martins Fontes, 1999

GRIMAL, Pierre. A Mitologia Grega. 4a Ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.

JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

DOSTOIÉVSKI, F. “O Sonho do Homem Ridículo” in Duas Narrativas Fantásticas. São Paulo, 34, 2006.

CHARDIN, Teilhard de. O Fenômeno Humano. 14a Ed., São Paulo, Cultrix, 1996.

WÉNIN, A. De Adão a Abraão ou as errâncias do humano. Leitura de Gênesis 1,1-12,4. São Paulo, Loyola, 2011

WÉNIN, André. O Homem Bíblico. Leituras do Primeiro Testamento. São Paulo, Loyola, 2006.

Bloco 2 - Profa. Nádia

História Oral e Saúde


Ementa: A História Oral tem-se mostrado um recurso valioso para pesquisadores e profissionais interessados em explorá-la como uma ferramenta poderosa para capturar a diversidade das experiências humanas, sobretudo no campo da Saúde. A História Oral é uma prática que ultrapassa a simples coleta de dados; envolve uma interpretação profunda das narrativas, não se resume a uma metodologia qualitativa, e é uma prática profundamente ética e estética de escuta do outro. Requer uma apreciação da subjetividade e da perspectiva pessoal nas narrativas orais, como afirma Portelli: “ouvir é um ato ativo que envolve interpretar o significado por trás das palavras, os silêncios e as emoções expressas pelos narradores; enfim, envolve uma verdade emocional e experiencial.” 


Objetivos: 

abordar os desafios enfrentados pelos pesquisadores, como questões de subjetividade, confiabilidade das fontes e considerações éticas. 

Discutir a importância de obter consentimento informado e de respeitar a privacidade dos entrevistados.

Oferecer exemplos de como a história oral pode ser utilizada em diferentes contextos, destacando sua aplicabilidade na área da saúde.

Destacar como as narrativas pessoais podem revelar aspectos culturais, sociais e emocionais de uma comunidade em determinada época.


Aula 1: Introdução à História Oral

Definição e evolução da história oral.

Entender a escuta como prática ética e metodológica.


Aula 2: A Arte da Escuta na História Oral

Discussão sobre ética na coleta de narrativas orais.

Questões éticas e metodológicas específicas para a saúde.

Discussão sobre o papel do pesquisador e do entrevistado.


Aula 3: História Oral Aplicada à Saúde

Explorar a aplicação da história oral no contexto da saúde.

Identificar como as narrativas orais podem informar práticas de saúde.

Apresentar alguns trabalhos de História Oral na área da saúde.


Avaliação:  Elaboração de um artigo científico nos moldes da ABNT versando sobre um dos temas abordados durante o curso.

Bibliografia básica: 


Bibliografia Complementar: 

ALEKSIÉVITCH, Svetlana. Vozes de Tchernóbil: A história oral do desastre nuclear. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

BOSI, Ecléa. “Sugestões para um jovem pesquisador”. In: O tempo vivo da memória: Ensaios de Psicologia Social. 2ª ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2003. p. 59-67.

CAMARENA OCAMPO, Maria; MORALES LERSH, Teresa; NECOECHEA GRACIA, Gerardo. Reconstruyendo nuestro pasado: Técnicas de Historia Oral. México: Consejo Nacional para la Cultura y las Artes, 1994.

HISTORIA, ANTROPOLOGÍA Y FUENTES ORALES. Revista Semestral del Seminario de Historia Oral del Departamento de Historia Contemporánea de la Universidad de Barcelona, Arxiu Històric de la Ciutat y Universidad de Granada. Barcelona: Asociación Historia y Fuente Oral, Departamento de Publicaciones de la Universitat de Barcelona, Arxiu Històric de la Ciutat, Editorial Universidad de Granada, Instituto de Investigaciones Antropológicas, UNAM, 2003. Semestral. Disponível em: Historia, antropología y fuentes orales - Dialnet. Acesso em: 05 de fev.2025. 

PORTELLI, Alessandro. História Oral como Arte da Escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.

PORTELLI, Alessandro. História Oral e Poder. Mnemosine, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 2-13, 2010. Artigo baseado na conferência apresentada no XXV Simpósio Nacional da ANPUH, Fortaleza, 2009.

RITCHIE, Donald A. Doing oral history: A practical guide. New York: Oxford, 2003.

RODRIGUES, Heliana de Barros Conde. O homem sem qualidades: história oral, memória e modos de subjetivação. Estud. pesqui. psicol.,  Rio de Janeiro ,  v. 4, n. 2, dez.  2004 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812004000300003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  05  fev.  2025.

RODRIGUES, Heliana de Barros Conde. O homem sem qualidades: história oral, memória e modos de subjetivação. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro: UERJ, ano 2, n. 2, 2º semestre de 2004. 

RODRIGUES, Heliana de Barros Conde. Um Foucault desconhecido? Viagem ao Norte-Nordeste brasileiro em tempos (ainda) sombrios. Artigos Variados, v. 15, n. 2, 2012. Dossiê - História oral, memória e democracia.

RODRIGUES, Heliana de Barros Conde; ANDRADE, Vanessa Menezes de; BARBOZA, Daniel Maribondo; GONÇALVES, Amanda dos Santos; ALCÂNTARA, Fernanda. O que há de tão perigoso no fato de as pessoas falarem? Reflexões sobre a emergência da História oral contemporânea. Psico, [S. l.], v. 41, n. 2, 2010. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/revistapsico/article/view/6708. Acesso em: 5 fev. 2025.

RODRIGUES, H. B. C. Intercessores e narrativas: por uma dessujeição metodológica em pesquisa social. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del-Rei, v. 6, n. 2, ago./dez. 2011. Disponível em: https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/volume6_n2/Rodrigues.pdf. Acesso em: 05 de fev. 2025

SANTHIAGO, Ricardo; MAGALHÃES, Valéria Barbosa de. “Rompendo o isolamento: reflexões sobre história oral e entrevistas à distância”. Anos 90, v. 27, 2020.

SEBE BOM MEIHY, José Carlos Sebe e BARBOSA, Fabiola Holanda. História Oral: como fazer, como  pensar. São Paulo: Contexto, 2007.

SEBE BOM MEIHY, José Carlos e SEAWRIGHT, Leandro. Memórias e Narrativas: História Oral Aplicada. São Paulo: Contexto, 2020. 

Workman, Karen e Pereira, Jesus V. História Falada: memória, rede e mudança social. São Paulo: Museu da Pessoa – Impressa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

Outras referências:

Periódicos 

REVISTA HISTÓRIA ORAL 

revista.historiaoral.org/ 

ORAL HISTORY REVIEW 

ohr.oxfordjournals.org/ 

ORAL HISTORY JOURNAL 

www.ohs.org.uk/journal.php 

WORDS AND SILENCES / PALABRAS Y SILENCIOS 

palabrasysilencios.org/ 

HISTORIA, ANTROPOLOGIA Y FUENTES ORALES 

www.hayfo.com/ 

ORAL HISTORY FORUM D'HISTOIRE ORALE 

www.oralhistoryforum.ca/

Filmes

Cabra Marcado para Morrer. Direção: Eduardo Coutinho. Brasil: VideoFilmes, 1984. Documentário.

SHOAH. Direção: Claude Lanzmann. França, 1985. Documentário.

Edifício Master. Direção: Eduardo Coutinho. Brasil: VideoFilmes, 2002. Documentário.

Narradores de Javé. Direção: Eliane Caffé. Produção: Bananeira Filmes. Brasil, 2003. Filme.

Jogo de Cena. Direção: Eduardo Coutinho. Brasil: VideoFilmes, 2007. Documentário.

As Canções. Direção: Eduardo Coutinho. Brasil: VideoFilmes, 2011. Documentário.

Stories We Tell.  Direção: Sarah Polley. Canadá, 2012. Documentário.


Dissertações, Teses e Artigos.

 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2013000800020&lng=en&nrm=iso 

https://cehfi.unifesp.br/teses-de-doutorado/2015-costa-odontologia-e-modernidade-relatos-de-vida-profissional-de-odontologos-brasileiros

https://cehfi.unifesp.br/teses-de-doutorado/2012-lacos-de-sangue-saberes-e-experiencias-sobre-a-hemofilia-a-partir-de-historias-de-vida-por-fabio-d-bueno

https://cehfi.unifesp.br/teses-de-doutorado/2015-ecos-da-dor-historias-de-pessoas-que-vivem-com-doencas-autoimunes-por-milene-alves

https://biblioteca.unifesp.br/acervo/187496  A leitura no encontro a dinâmica do Laboratório de Humanidades (LabHum) como meio de intervenção em um grupo psicoterapêutico / Maria Sílvia Motta Logatti 

https://site.unifesp.br/lab.desigualdadesociais/images/doc/teses_dissertacoes/NADIA_VITORINO_VIEIRA_2.pdf  Ouvindo o coração: a vivência de pacientes submetidos a transplante cardíaco

https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFSP_f8cc83959c2962f5a34688d7b58609bd Narrativas em hesitação e recusa vacinal

Bloco 3: Profa. Kelly

Medicina Narrativa 


Objetivos:

Apresentar ao aluno o histórico, princípios e desafios da medicina narrativa;

Discutir o emprego da medicina narrativa em contextos de atenção à saúde, ensino e comunicação em saúde.

Refletir sobre o papel das narrativas na produção de evidência científica e como subsídio para elaboração de políticas públicas. 

Ementa:

A medicina narrativa é um campo de estudo interdisciplinar que busca estabelecer um diálogo da área de saúde com as humanidades, tais como antropologia, literatura, filosofia, história e artes. De acordo com a Professora Rita Charon, que postulou as bases teóricas para a medicina narrativa, as humanidades nos permitem abandonar a nossa própria perspectiva e entender o outro mais profundamente. Representa uma possibilidade de trilhar uma prática em saúde mais comprometida com o respeito e a escuta do outro. 

A exposição às diversas manifestações artísticas, como literatura, artes visuais, cinema, etc.  suscitam questionamentos, reflexões e aprendizados sobre aspectos relacionais das relações humanas. Propõe-se com estas experiências desenvolver uma profunda e sagaz atenção e entendimento de diversas narrativas; pretende-se provocar um ambiente propício para que ocorra a mudança daquele que ‘ouve como um médico’ para aquele que ‘ouve como um leitor atento’.


1. O que é medicina narrativa? Quem se beneficia da medicina narrativa? Como medicina narrativa acontece na prática? Nesta aula conversaremos sobre o histórico, a definição, princípios e desafios da medicina narrativa. 

2. A potência humanizadora da poesia de Manoel Barros: Relato de experiências de uso de poesia em dinâmicas de medicina narrativa em contextos de atenção à saúde – serviço de oncologia de hospital público e disciplina eletiva da graduação.  

3. Narrativas e os desafios na saúde: discutiremos as narrativas como caminho para compreensão dos significados e desafios contemporâneos na saúde pública. Discutiremos a tensão entre o individual e o coletivo a partir de pesquisa qualitativa que se debruçou sobre as narrativas de pais hesitantes à vacinação.

Avaliação:  Elaboração de um artigo científico nos moldes da ABNT versando sobre um dos temas abordados durante o curso.

Bibliografia: 

1. Greenhalgh, T.; Hurwitz, B. Narrative Based Medicine – Dialogue and discourse in clinical practice. BMJ Books. Londres, Inglaterra, 1998.

2. Frank, A.W. The Wounded Storyteller – Body, Illness and Ethics. The University of Chicago Press. Chicago, Estados Unidos da America, 2013. 

3. Charon, R. et al. The Principles and Practice of Narrative Medicine. Oxford University Press. New York, Estados Unidos da America, 2017.

4. Cunegundes, Kelly Simone. Medicina Narrativa: Princípios, Benefícios e Desafios. MEDICA REVIEW: International Medical Humanities Review / Revista Internacional de Humanidades Médicas, ISSN-e 2660-6801, Vol. 10, Nº. 2 (Special Issue "Perspectives and Challenges of Narrative Medicine in the 21st Century"), 2022. https://edulab.es/revMEDICA/article/download/5344/3597/17540

5. Chimamanda Adichie: O perigo da história única: https://www.youtube.com/watch?v=EC-bh1YARsc 

6. Só Dez Por Cento é Mentira - Manoel de Barro: https://www.youtube.com/watch?v=ZdDmLBPqDvY 

Bloco 4 Prof. Yuri
Contar-criar - humanização através do espelho

Objetivo: Refletir sobre a prática do autorretrato como exercício de autocuidado em saúde mental, de autoconhecimento e de reflexão sobre o mundo. Conhecer novas práticas que podem ser aplicadas na vida pessoal e na profissão; Estudar pesquisas que explorem a relação entre fotografia e saúde, especialmente na prática de autorretrato.

Ementa: A proposta do módulo é pensar e eventualmente realizar um autorretrato elaborado, composto por objetos biográficos que ajudem a contar a sua história de vida e sua personalidade. Algumas pesquisas têm demonstrado efeitos interessantes da prática do autorretrato para a promoção de bem-estar pessoal, e como aplicação em práticas educativas. “[...] o uso do autorretrato é uma forma eficaz e maneira acessível de explorar o eu interior, processar emoções desafiadoras, como luto, e envolver-se na autoexpressão.“ (Echeverry, 2023). Assim o efeito de autorreflexão e autoconhecimento, e até mesmo de autovalorização, disparados pelo exercício de criar um autorretrato, podem contribuir para a humanização das práticas em saúde, tanto pelo aspecto da formação quanto da atuação. Fazer um autorretrato é mais que uma simples tarefa, “demanda uma ação dedicada e delicada com potencial para consumir um tempo alongado na observação e na reflexão desse "eu" que se oferece na imagem refletida no espelho. ” (Oliveira, 215). Essa atitude reflexiva e contemplativa tem potencial para ser um elemento estrutural na construção de autoestima e de um caminho de expressão e desestresse.

Conteúdo Programático:
Aula 01: Apresentação e aula teórica
Aula 02: Discussão dos contos “O espelho “
Aula 03: Laboratório de ideias e conceitos

Avaliação: realização de um autorretrato contar-criar

Bibliografia básica:
O Espelho – conto de Machado de Assis: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000240.pdf
O Espelho – conto de Guimarães Rosa: https://prosped.com.br/arte/conto-o-espelho-guimaraes-rosa
OLIVEIRA LS de. "A IMAGEM É UMA COISA QUE NÃO É A COISA": o artista entre as camadas do espelho. ARS (São Paulo) [Internet]. 2015 Jul;13(26):112–25. Available from: https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2015.106070

Bibliografia complementar:
BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984
BITTAR, Y.; LIBERMAN, F.. Frestas: uma experiência de espaço contemplativo na formação em Saúde. Interface
-Comunicação, Saúde, Educação, v. 27, p. e220047, 2023.
BRESSON, Henri-Cartier. O Imaginário Segundo a natureza. Editora GG, São Paulo, 2015.
HENSEL D, Bradburn TC, Kelly A, et al. Student Impressions of an Art Therapy Class. Journal of Holistic Nursing. 2012;30(4):264-269. doi:10.1177/0898010112455947
SILVEIRA, Paula Lemos; Rosa, Vaneza Silva da. Autorretrato das narrativas de mulheres docentes: poesias de desenhos pessoais e profissionais. In: ISMÉRIO, Clarisse; PREVEDELLO, Carine (Orgs.). Nem tudo são rosas [recurso eletrônico]: refletindo os preconceitos, as lutas e conquistas femininas. São Paulo: Vecher, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.47585/nemtudosaorosas>.

Bloco 05: Profa. Gisele Wolkof
Título: Sentimentos, Emoções e Corpos Traduzidos

Ementa: O conceito de sustentabilidade que tem vindo a ganhar crescente importância concorre à plenitude da vida e adentra a esfera da sociedade e do bem-estar. Na literatura ficcional, os contos traduzem maneiras de viver e nos fazem pensar sobre a existência. Ao convocarem a reflexão sobre os modos diversos de se estar no mundo em interações, convidam-nos a propostas de bem-estar. A conscientização dos nossos processos corpóreos, sobretudo, relacionados as emoções e sentimentos nos capacita à realização de nossas (melhores) escolhas. Ler o outro é ler a si mesmo, como num ato linguístico e cultural de tradução, que atenta à empatia da melhor versão de nós mesmos.

Objetivo: A partir da leitura de cinco contos propomos pensar a tradução cultural dos sentimentos, das emoções e dos corpos em épocas e espaços distintos, nomeadamente, Brasil (anos 1930 e 1970), Inglaterra (anos 1920) e Japão (1901). O que há de comum e diferente nas narrativas em questão? Será que as estórias dos personagens narradas nos dizem respeito? Se sim, em que medida(s)?

Conteúdo Programático:

Aula 01: Conversa breve sobre corpos segundo David Le Breton, emoções e sentimentos, de acordo com António Damásio e a transculturalidade em três narrativas contemporâneas distintas, começando pel´ “A Legião Estrangeira” de Clarice Lispector.

Aula 02: Corpos, sentimentos e emoções nos contos “Carne e Batata”  de Kunikida Doppo e “A Repartição dos Pães” de Clarice Lispector.

Aula 03: “O Cego” de David Herbert Lawrence e “A Moça Rica” de Rubem Braga - o que nos faz humanos?

Avaliação: escrever um comentário sobre uma das estórias em diálogo com outra manifestação cultural (música, cinema, artes visuais) ou criar o seu próprio conto, desenho, pintura, poema ou composição musical. 

Referências:
BRAGA, Rubem. “A Moça Rica” in Melhores Contos Rubem Braga. Seleção de Davi Arrigucci Jr – 12.ed. São Paul: Global, 2010, pp.49-51.
DAMÁSIO, António. Sentir e saber: As origens da consciência. Tradução Laura Teixeira Motta – 1ª. ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Doppo, Kunikida. “Carne e batata” in Contos da era Meiji. Geny Wakisaka (organizadora). Tradução Margarete Mitico Takehara ... et al.  São Paulo : USP, Centro de Estudos Japoneses, 1993, pp.61-84.
LAWRENCE, David Herbert. “O Cego” in O Cigano e Outras Histórias. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2021.
LE BRETON, David, 2009. As Paixões Ordinárias: Antropologia das Emoções. Petrópolis, Vozes.
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