História da Fundação à Federalização da Escola Paulista de Medicina (EPM) documentada Fundação em 1933, Federalização em 1956 da Escola Paulista de Medicina e depois transformada em UNIFESP 1994. E sua participação na evolução da ciência brasileira. Surgimento do Hospital São Paulo, 1936 a 1957 e 2021. História Documentada. Segundo o Professor Jair Xavier Guimarães, CREMESP 03, aluno da primeira turma de 1938, que eu tive a honra de ser amigo e cirurgião dele, a Escola Paulista de Medicina (EPM) foi fundada devido a ambição de jovens médicos para ensinar e a vontade de alunos secundaristas de cursar medicina: “O Octávio de Carvalho foi o grande líder na criação da Escola, o líder no sentido que ele foi aproveitando aquele momento da revolução, já naquela época faltava uma precisão médica, faltavam leitos hospitalares, e faltava uma escola de medicina... O grupo mais jovem de fundadores tinha trinta e poucos anos, já tinha uma vocação médica, e acharam o momento propício para fundar a escola... O que desencadeou isso foram os 119 excedentes, e o desejo desse grupo de criar a escola médica. Fiquei sabendo do vestibular muito antes... o Octávio de Carvalho reunia no consultório dele todos os jovens assistentes da Faculdade de Medicina, e como era pequeno o grupo, passamos a nos reunir no Trianon... Tenho um documento importantíssimo, da reunião em que decidimos fundar a Escola, na ata tem a votação que decidiu o nome Escola Paulista de Medicina, em 23 de Março, assinada pelos futuros professores e pelos 119 excedentes, e todos eles eram paulistas, alguns também do Vale do Paraíba, é de um alto valor histórico... E nossa mensalidade era alta para a época, e os professores entraram com cinco contos, além de tudo ainda contribuíram... Na época, nós entramos na justiça contra a congregação da Faculdade de Medicina, o governador na época era o Adhemar de Barros, governador não, interventor, porque estávamos na ditadura do governo Getúlio Vargas, reivindicando mais 70 vagas, e aproveitaram essa onda toda para criar a Escola, o ideal paulista... O Otávio de Carvalho formou-se no Rio de Janeiro e ficou dois anos fazendo pós-graduação na Alemanha, e quando voltou encontrou esses colegas que também queriam progredir na carreira, e teve a iniciativa de convidá-los para a criação da Escola Paulista de Medicina... Ele conseguiu dinheiro para comprar todo o quarteirão, com o Samuel Ribeiro, presidente da Caixa Econômica Federal e paciente dele... Como o doutor Otávio de Carvalho era muito conceituado, tinha uma clientela bem selecionada... Ele era considerado um grã-fino, um quatrocentão, uma expressão famosa na época, nem todos na Escola podiam se orgulhar disso... E teve o primeiro vestibular da Paulista, eram os 119 excedentes lutando na justiça por 70 vagas a mais na Faculdade de Medicina, e 325 estudantes fizeram o vestibular... Desses, 83 foram aprovados, dos 325... Vinte estudantes desistiram, uma minoria por problemas financeiros, a mensalidade era cara para a época, 200 mil réis, e alguns por insegurança, porque nós obtivemos o reconhecimento do curso somente no final do sexto ano... De repente nós íamos nos formar e não podíamos exercer nossa profissão, mas tudo acabou bem, e a Escola Paulista obteve o reconhecimento do curso... Na Escola se encontrava a alta sociedade médica paulista, pois tinham médicos já bem-conceituados, o doutor Jairo Ramos, um líder na escola Paulista, o Alípio Corrêa Neto, o Pacheco Silva, um grande psiquiatra, tinha o Pedro de Alcântara, foram vários médicos de renome que participaram... No primeiro ano só tinha duas matérias, anatomia e patologia... As aulas eram lá na rua Oscar Porto, onde funcionava uma escola de deficientes... Nós começamos no dia primeiro de julho, não tivemos férias do primeiro para o segundo ano, lembro que tinha o exercício com os cadáveres na anatomia... Morava na aclimação, junto com três colegas, a gente ia no meio do mato, dava até medo”, documentos nos 1, 1a, 1b. Um grupo de médicos, em 01 de junho de 1933 anunciou a fundação nova Escola de Medicina, com o nome de Escola Paulista de Medicina, no intuito de melhorar a assistência médica em São Paulo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo de 01/06/1933, com apoio de um engenheiro e um matemático, documentos nos 2, 2a. Trinta Médicos comprometidos com a ciência de excelência, ensino de altíssima qualidade e assistência justa aos mais necessitados foram decisivos na Fundação da Escola Paulista de Medicina conforme consta na “Escriptura de Fundação e Organisação da Escola Paulista de Medicina” de 26 de junho de 193, registrada no livro 197, primeiro traslado, fls 93 do 10o Cartório de Notas da Cidade de São Paulo, documento no 3. Abaixo está a relação dos 30 médicos mencionados nesta escritura que em seus artigos 7, 8 e 33 estão as exigências para ser sócio fundador da EPM: 1- ser médico legalmente habilitado e 2- pagar cinco conto de reis, documento no 3; simulação de cotação de hoje de um conto de réis (10/06/2021) seria mais ou menos R$ 650.000,00:
Obs: O *Dr. Álvaro Lemos Torres não assinou a escritura de fundação pois, estava na Europa, mas consta o nome dele nesta. Quero chamar a atenção que muitos dos ilustres professores acima foram também membros da Academia de Medicina de São Paulo, e fundadores da Associação Paulista de Medicina, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. A maioria dos fundadores da Escola Paulista de Medicina teve formação complementar nos Estados Unidos da América, na França, na Alemanha, na Áustria e dois foram formados na Itália. **Fundadores da EPM e chefes do Departamento de Cirurgia. ***Diretor da Escola Paulista de Medicina de 1956 a 1960 e de 1964 a 1968. O DNA de criação da Escola Paulista de Medicina foi de excelência sendo transferido de geração a geração. FM Bahia - Faculdade de Medicina da Bahia FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMRJ - Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro Edital do primeiro vestibular da EPM em julho de 1933, documento no 4, onde 325 candidatos se inscreveram, 83 foram aprovados, documento no 1. Aula inaugural da Escola Paulista de Medicina em 15/07/1933, em sua primeira sede à Rua Oscar Porto, 54, Paraiso, São Paulo, documentos nos5, 5a, 5b, proferida pelo professor de Psiquiatria Antônio Carlos Pacheco e Silva, que discursou sobre a história da medicina, filosofia e medicina, e do método aplicado à medicina, foi fundador da EPM, professor catedrático de psiquiatria da Escola Paulista de Medicina e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo até 1967, documento no 6. Edital do vestibular da EPM de 1934, onde já anunciava que estava sob Inspeção Prévia Federal visando o Reconhecimento Federal como Escola Médica, que aconteceu em 1938. documento no 7. A EPM desde o início já tinha uma orientação para pesquisa e fazer intercâmbio. documento no 8. Edital da Escola Paulista de Medicina para matrícula para os diversos anos do curso médico, impressionante a documentação requisitada, secretaria da EPM de 01 a 25 de fevereiro de 1936. documento no 9. Planta do futuro Hospital São Paulo 1936, e caravanas para angariar fundos para a construção do HSP. documento no 10. Durante o ano de 1936, várias caravanas rumaram para o interior do Estado de São Paulo para conseguir recursos para a construção do futuro Hospital São Paulo. documentos nos 11, 12. Em 30 de setembro de 1936, teve a solenidade de lançamento da primeira estaca do futuro Hospital São Paulo, realizada na nova sede da EPM à Rua Botucatu, no 90 (atual no 720), onde também foi inaugurada a nova sede da EPM, com presença do governador do Estado, vários políticos, do poeta Guilherme de Almeida, do Reitor da USP, do Reitor da Universidade da Brasil (atual UFRJ), do Diretor, de professores fundadores, de professores efetivos de alunos, e de funcionários da EPM. documento no 13, 13a, 13b, 13c, 13d, 13e, 13f. Participação da Escola Paulista de Medicina em campeonato universitário desde início do seu funcionamento. documento no 14. Pavilhão Maria Thereza (atual rua Botucatu, 740), onde foram instalados os primeiros 100 leitos do futuro Hospital São Paulo, 1937. documento nos 15, 15a. Ambulatório do Hospital São Paulo em 1937, em pleno funcionamento gratuito em dois locais, à Rua Botucatu, no 90 (atual no 720 - Diretoria) e também à rua da Glória, 338. documento no 16. O Professor Fausto Guerner, responsável pela Disciplina de Neurologia e fundador da EPM, devido a uma doença grave faleceu em 04/05/1938. documento no 17. Dr. Getúlio Dornelles Vargas, advogado, Presidente dos Estados Unidos do Brasil hoje República Federativa do Brasil sancionou o decreto no. 2703 que concedeu o reconhecimento à Escola Paulista de Medicina, Documento no18. https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-2703-31-maio-1938-348057-publicacaooriginal-1-pe.html, acessado em 10/06/2021. Eleição do segundo diretor da Escola Paulista de Medicina Prof. Álvaro Lemos Torres em 1938. documento no 19. Com o decreto nº 2.703 de 1938, os 63 doutorandos (inclusive duas mulheres) da primeira turma de 1938 da EPM tiveram a tranquilidade para exercer a medicina tão sonhada por eles e elas. Conforme o Prof. Jair Xavier chamou a atenção, 20 acadêmicos desistiram do curso por insegurança quanto ao reconhecimento da Escola. documento no 1. Cópia do Convite para a colação de grau da primeira turma da EPM 1938. documento no 20, 20a. Festa de colação de grau foi dia 08/12/1938, no teatro municipal, documento no 21. Os nomes dos 63 doutorandos (duas são mulheres) da primeira turma de 1938: 1- Alexandre Ranieri Vincenzo Fedullo, 2-Aloysio do Livramento Barreto, 3- Ananias Pereira Porto, 4- Andrelino Amaral, 5- Antonietta Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, 6- Antonio Factore, 7- Arthur Amaral Filho, 8- Aruleno Santos Novaes, 9- Caio de Camargo Andrade, 10- Carlos Ary Machado 11- Celso de Camargo Figueiredo, 12- Cesar de Paranhos Godoy, 13- Cid Sanches Bittenccourt, 14- Cid Marques da Silva, 15- Dante Erbolato, 16- Demosthenes Martino, 17- Decio Fleury da Silveira, 18- Durval Zomignan de Amorim, 19- Edmundo de Lima Pontes, 20- Erasmo Lancia, 21- Ernani Picosse, 22- Favorino Rodrigues do Prado Filho, 23- Fernando Boccolini, 24- Fuad Dabus, 25- Gastão Rosenfeld, 26- Gentil Ferreira, 27- Helio Corbett Moreira, 28- Heribaldo Carmo Horácio Loverso, 29- Horácio Kneese de Mello, 30- Ítalo Domingos de Voci, 31- Jacob Gondelmann, 32- Jacomino Leonardo Ceravolo, 33- Jair Xavier Guimarães, 34- Jefferson Santos Martins da Costa, 35- José de Arruda, Botelho, 36- José de Paula e Silva, 37- José Goulart Penteado 38- José Valente, 39- Joaquim Campos Filho, 40 João Renzetti, 41-, Jorge Nouh, 42- Josias Ferreira de Almeida Junior, 43- Lauro Machado de Oliveira, 44- Luiz de Junqueira Lobato, 45- Manuel Antonio da Silva, 46- Margarida Müller, 47- 48- Mario de Souto Barros Portugal, 49- Mario Fonzari, 50- Mario de Carvalho Rios, 51- Octaviano Alves de Lima Filho, 52- Oswaldo Riedel de Souza e Silva, 53- Paulo Silva de Vilhena Moraes, 54- Pedro Bittencourt Porto, 55- Ramiro de Araujo Filho, 56- Raul Chamma, 57- Rolando Angelo Tenuto, 58- Romeu Santoro, 59- Solon de Mendonça Rego Barros, 60- Tuffy Haron, 61- Vicente de Santis, 62- Victor Chipiakoff, 63- Wladimir da Prussia Gomes Ferraz. documento no 21. Foto dos Doutorandos da EPM 1938 no Teatro Municipal, documento no 21a. Baile da Primeira turma da Escola Paulista de Medicina dia 09/12/1938 no Hotel Esplanada, documento no 21b. Painel de fotografias dos doutorandos da primeira turma da Escola Paulista de Medicina, 1938, onde podemos observar o Prof. Dr. Raul Leitão da Cunha, paraninfo, no centro e no alto. documento no 22. Diploma do Prof. Wladimir da Prussia Gomes Ferraz, CREMESP 2287, doutorando da primeira turma da EPM de 1938. documento no 22a. |
1933 -Sede da EPM recém inaugurada na Vila Clementino - Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
1938- Construção dentro do complexo HSP - Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
1936- Hospital São Paulo em construção - Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
1949 - Edifício Lemos Torres - Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
1949 - Laboratório para aulas - Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
1965-1970 - Biblioteca/Bireme - Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
1990- Acervo histórico CeHFi-EPM-UNIFESP
2013 - Acervo do CeHFi (Yuri Bittar)
2013 - Acervo do CeHFi (Yuri Bittar)
2018 - Acervo do CeHFi (Yuri Bittar)
2018 - Acervo do CeHFi (Yuri Bittar)
2018 - (Alex Reipert - UNIFESP)
2018 - (Alex Reipert - UNIFESP)
2019 - (Alex Reipert - UNIFESP)
2019 - (Alex Reipert - UNIFESP) |
Prof. Dr. Raul Leitão da Cunha - médico, na época diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Reitor da Universidade do Brasil (1937-1945), membro de Conselho Nacional de Ensino, deputado pelo Rio de Janeiro que ajudou no reconhecimento da Escola Paulista de Medicina em 1938, (decreto no.2.703 - de 31 de maio de 1938 https://www.anm.org.br/raul-leitao-da-cunha/ acessado em 10/06/2021. https://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/raul-leitao-da-cunha. Foi pessoa ilustre convidada para inauguração da estaca do futuro Hospital São Paulo em 1936, documento no 13. Foi paraninfo da primeira turma da EPM, documento no 21. E também foi homenageado pela diretoria da EPM colocando seu nome no primeiro anfiteatro “Leitão da Cunha” da Escola Paulista de Medicina, já à Rua Botucatu, 90 (atual 720).
Inauguração da Escola de Enfermeiros e Técnicos de Laboratório do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina, 1939. documento no 23.
Missa e colocação de grau da segunda turma de 1939 da Escola Paulista de Medicina, paraninfo o Professor Luiz Pereira Barreto Netto, Catedrático de de Moléstias Tropicais e Infecciosas da EPM. documento no 24 e 24a.
Inauguração dos primeiros cinco pavimentos do Hospital São Paulo foi realizada em 04 de outubro de 1940, com presença do governador (interventor) de São Paulo Dr. Adhemar Pereira de Barros, do Diretor Prof. Álvaro Lemos Torres, dos fundadores e alunos da EPM. documento no 25.
EPM 1941 - Mudança no Estatuto - 25 fundadores presentes, documento no 26.
EPM 1942 - Mudança no Estatuto - 21 fundadores presentes, documento no 27.
Homenagem solene na Escola Paulista de Medicina à memória do Professor Lemos Torres prestada pelos professores e alunos, documento no 28. (jornal o Estado de São Paulo, 22/fev/1942).
Visita do interventor na Escola Paulista de Medicina, na Escola de Enfermagem e obras do Hospital São Paulo para liberação de verbas. documento no 29.
A escritura pública do quarteirão Rua Botucatu, Rua Pedro de Toledo, Napoleão de Barros, Rua Borges Lagoa foi assentada no 10o Cartório Tabelião de Notas de São Paulo, inscrição nº 505 em 27 de outubro de 1.944 registrada no Livro nº 02, transportada pela averbação nº 01 na matrícula nº 11.482 em 27/10/1944, em nome da Escola Paulista de Medicina e foi registrada no 14º Oficial de Registro de Imóveis/SP, documento no 30.
Pavilhão de Patologia doado pelo Governo Federal e construído pelo Exército Brasileiro, iniciado em 04/10/1948 e inaugurado em 09/12/1950. documento no 31. Laboratório de Patologia. documento nos 31a, 31b.
Dr. Manoel Cavalcanti Novaes, médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, deputado federal pela Bahia, foi o autor projeto de lei (PL) no. 0567 - de 1955, convertido na lei no. 2.712 - de 1956 que federalizou a Escola Paulista de Medicina e criou a Faculdade de Medicina em Santa Maria -RS, documentos - .https://www.lexml.gov.br/urn/
O Prof José Maria de Freitas, Diretor da Escola de Medicina (1956) teve participação decisiva na Federalização da mesma, pois neste período era discutida até a possibilidade de fechamento da EPM devido a falta de orçamento para gerir a sua grandeza que já era visível (confissão pessoal do Prof Jair Xavier Guimarães, aluno da primeira turma da EPM (1933 a 1938) e professor titular da EPM.
Dr. Nereu de Oliveira Ramos, advogado, Presidente dos Estados Unidos do Brasil hoje República Federativa do Brasil sancionou (em 21/01/1956) a lei no 2.712 - de 1956 que federalizou a Escola Paulista de Medicina, neste documento abaixo foi assentado: Art. 1º É transformada em estabelecimento federal de ensino superior a Escola Paulista de Medicina, a que se refere o decreto nº 2.703, de 31 de maio de 1938, integrado no Ministério da Educação e Cultura - Diretoria do Ensino Superior - e criada a Faculdade de Medicina, com sede em Santa Maria -RS, e integrada na Universidade do Rio Grande do Sul, https://legis.senado.leg.br/norma/544530/publicacao/15774523 Art. 2º Independente de qualquer indenização são incorporados ao Patrimônio Nacional, mediante inventário e escritura pública, todos os direitos e bens móveis ora utilizados pela Escola Paulista de Medicina e de propriedade de sua entidade mantenedora, e mais os seguintes imóveis:
I - Terreno sito à rua Botucatú, na capital do Estado de São Paulo, com 125,00 m (cento e vinte e cinco metros) de frente, e lados para rua Pedro de Toledo e para rua Borges Lagoa, medindo, respectivamente, 57,75 m (cinquenta e sete metros e setenta e cinco centímetros) e 60,70 m (sessenta metros e setenta centímetros), extremidades estas ligadas por uma linha reta; e todas as construções, instalações e benfeitorias nele existentes;
II - Partes dos lotes de terrenos nº 296, 296-A, 297 e 298 situados à rua Botucatú, na quadra formada por esta e pelas ruas Loefgren, Pedro de Toledo e Napoleão de Barros, lotes integrantes do 22º subdistrito da Saúde, da capital do Estado de São Paulo, com a área de 2.660,60 metros quadrados, mais ou menos, constituindo um só bloco; e todas as construções, instalações e benfeitorias neles existentes.
Parágrafo único. Para o ensino das clínicas da Escola Paulista de Medicina, a entidade mantenedora do Hospital de São Paulo assegurará, mediante cláusula na escritura referida neste artigo, a utilização de suas enfermarias gerais, instalações e equipamentos, independente de qualquer indenização.
Art. 3º É assegurado o aproveitamento no serviço público federal dos auxiliares de ensino e mais servidores da Escola Paulista de Medicina na forma da lei nº 2.403, de 13 de janeiro de 1955, contando-se-lhes o tempo de serviço para todos os efeitos legais.
Art. 4º Os professores catedráticos efetivos terão assegurado o seu direito no serviço da cátedra, contando-se-lhes o respectivo tempo de serviço para todos os efeitos legais.
Parágrafo único. Os professores catedráticos não admitidos em caráter efetivo na forma da legislação federal do ensino superior, poderão ser aproveitados em caráter interino.
Art. 5º Serão expedidos, pelas autoridades competentes, os atos de provimento decorrentes do aproveitamento determinado nos arts. 3º e 4º.
Art. 6º Para cumprimento do disposto nesta lei, são criados, no Quadro Permanente do Ministério da Educação e Cultura, 30 cargos de professor catedrático, padrão O (Escola Paulista de Medicina), 18 cargos de professor catedrático Padrão O (Faculdade de Medicina em Santa Maria da Universidade do Rio Grande do Sul) e 6 funções gratificadas, sendo 2 de diretor FG-1, 2 de secretário FG-3 e 2 de chefe de Portaria FG-7, distribuídas igualmente pelos dois estabelecimentos de ensino.
Parágrafo único. As funções gratificadas de Secretário e de chefe de Portaria poderão ser exercidas por extranumerários.
- https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:federal:lei:1956-01-21;2712. acessado em 10/06/2021.
Documento da Escola Paulista de Medicina informou ao governo federal que foram formados 1366 médicos, dos quais 62 eram mulheres de 1938 a 1954. documento nos 32.
Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, médico, Presidente dos Estados Unidos do Brasil hoje República Federativa do Brasil promulgou (em 21/02/1956) a lei no 2.712 - de 1956 e sancionou a lei no 2.828, 18 de julho de 1956 que retificou o artigo no 7 da lei no 2.712 - de 1956 (em 18/07/1956) que federalizou a Escola Paulista de Medicina, documentos - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2828.htm e https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:federal:lei:1956-07-18;2828. acessados em 10/06/2021.
Vista da Escola Paulista de Medicina e Hospital São Paulo ao fundo ainda em construção com parte em funcionamento, na década de 1940. documento nos33, 33a, 33b.
Em 1960, foi feita a alteração no estatuto da Sociedade Civil Escola Paulista de Medicina para Sociedade Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM), atual Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM), entidade sem fins lucrativos com a finalidade de formação dos profissionais da Escola Paulista de Medicina e Escola Paulista de Enfermagem. documento no 34.
Em 1963, teve a festa de 30 anos da Fundação da Escola Paulista de Medicina com saudação aos trinta médicos que fundaram a EPM e o Hospital São Paulo, ao fundador Prof. Octavio de Carvalho, e já anunciada a UNIFESP como universidade do futuro, porém, foi interrompida voltando a ser EPM. https://www.youtube.com/watch?v=ZCHXr-ClUUo, acessado em 10/06/2021.
Em maio de 1978 foi inaugurado o Edifício “Octávio de Carvalho”, substituindo o pavilhão Maria Thereza Azevedo, documentos nos35, 35a, 35b, 35c.
Itamar Augusto Cautiero Franco, engenheiro, militar, Presidente da República Federativa do Brasil transformou a Escola Paulista de medicina em Universidade Federal (UNIFESP) através da lei no 8.957, de 15 de dezembro de 1994.
A Escola Paulista de Medicina tem os seguintes cursos: Medicina, Biomedicina, Fonoaudiologia, Tecnologia Oftálmica, Tecnologia em Radiologia e Tecnologia em Informática em Saúde. A EPM tem 94 programas de residência médica (https://coreme.unifesp.br/) credenciados pela comissão nacional de residência médica (CNRM), e o Campus São Paulo e o Campus Baixada Santista tem 16 programas de residência multiprofissional (https://residenciamultiprofissional.unifesp.br/programas). A Escola Paulista de Medicina tem 34 programas de pós-graduação (https://www.unifesp.br/campus/sao/camarapg/). O Hospital São Paulo e seus hospitais afiliados, upas (SPDM) são fontes inesgotáveis de pesquisas clínicas, cirúrgicas e básicas, importantíssimas na formação de alunos da graduação, dos residentes, dos pós-graduandos, dos técnico-administrativos em saúde, dos docentes; gerando conhecimento, descobertas, inovações, financiamentos e publicações.
Fotos atualizadas da Escola Paulista de Medicina e do Hospital São Paulo, documentos nos 35d, 35e, 35f, 35g
Foto panoramica atual da Escola Paulista de Medicina, documento nº 36.
Chefes do Departamento de Cirurgia de 1953 a 2021, documento nº 37.
A Escola Paulista de Medicina sempre se destacou como Escola Médica líder na formação de médicos para o Brasil e para o mundo. Apesar de todas dificuldades financeiras devido aos gastos com sua enorme produção científica e atendimento de excelência aos pacientes, pois produzir ciência e ter um atendimento humanizado na área da saúde são muito caro; a participação da EPM na solução dos problemas de saúde da sociedade brasileira sempre foi exemplar. Mas nesta pandemia de covid-19 a Escola Paulista de Medicina com seus saudáveis 88 anos de vida vem demonstrando não só sua força científica e de trabalho, mas também seu calor humano no atendimento diferenciado aos doentes covid-19 e não covid-19.
É óbvio que esta pandemia devido ao coronavírus SARS-CoV2 prejudicou muito o bom funcionamento do complexo Escola Paulista de Medicina, mas os EPEMISTAS ultrapassaram todos obstáculos e se superaram no bom atendimento não somente aos doentes, mas também na filantropia aos mais necessitados.
A Congregação da EPM e o Conselho Estratégico do Hospital São Paulo (ambos sob a Direção do Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão), a SPDM (Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira) e a UNIFESP (Prof. Dr. Nelson Sass) estão trabalhando de forma conjunta para melhor solucionar os danos causados pelo coronavírus SARS-CoV2 e ainda continuar com o trabalho habitual, respeitando todas as medidas sanitárias. “Infelizmente o Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão, faleceu em 30/10/2021, vítima de complicações de Covid-19”. https://www.youtube.com/watch?v=sQ02UZDTI4s
A minha experiência nesta pandemia de 2020 pelo coronavírus SARS-CoV2 na EPM foi marcada vendo alunos da medicina além do curso de medicina desenvolvem com muita garra e responsabilidade o trabalho social na ajuda aos necessitados. Nossos residentes, apesar de muito prejudicados, com muita sabedoria e eficiência trabalham incansável na luta para salvar vidas.
Os técnicos administrativos e em saúde (federais) e os colaboradores da SPDM tem um papel extraordinário nesta luta dia e noite com propósito de socorrer o próximo.
Os docentes exercem a função importantíssima de pesquisar, educar, e no caso dos médicos a ajudar o próximo respeitando os princípios éticos de Hipócrates.
São Paulo, de 31 outubro de 2021.
José Carlos Costa Baptista Silva
Professor Titular, Livre Docente, Chefe do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina UNIFESP
Documentos |
Documento 01: Jair Xavier Guimarães (Aluno da 1ª turma da Escola Paulista de Medicina
Documento 01a: Jornal o Estado de São Paulo - 1933
Documento 01b: Octávio de Carvalho
Documento 02: Fundação EPM
Documento 02a: Fundação EPM - Estadão
Documento 03: Escritura de Fundação da Escola Paulista de Medicina
Documento 04: 1933 - Primeiro Vestibular EPM
Documento 05: 1933 - Aula Inaugural
Documento 05a: Jornal Estado de São Paulo - Primeira Sede da EPM
Documento 05b: Primeira Sede - Foto
Documento 06: Antônio Carlos Pacheco e Silva
Documento 07: 1934 - Vestibular EPM sob Inspeção Federal
Documento 08: 1934 - Annes Dias Conf. Cancêr
Documento 09: Matrícula 1936 EPM
Documento 10: Projeto HSP 02 de fevereiro de 1933
Documento 11: Pro HSP 12.02.1936
Documento 12: HSP Caravana 1936
Documento 13: Estaca da Fundação HSP
Documento 13a: Placa com palavra do Poeta Guilherme de Almeida - 1936
Documento 13b: Poeta Guilherme de Almeida
Documento 13c: Convidados - Carros
Documento 13d: Convidados - foto 1
Documento 13e: Convidados - foto 2
Documento 13f: Prof Octávio de Carvalho, Prof Raul Leitão da Cunha e convidados
Documento 14: Campeonato Universitário 1936
Documento 15: Pavilhão Maria Thereza 1937
Documento 15a: Inauguração EPM 1937
Documento 16: HSP - Ambulatório
Documento 17: Fausto Guerner 1938
Documento 18: Reconhecimento EPM 1938
Documento 19: Eleição de Lemos Torres - Diretor - 1938
Documento 20: Colação de Grau Primeira Turma EPM - 1938
Documento 20a: Convite Colação de Grau Primeira Turma EPM - 1938
Documento 21: Colação de grau Primeira Turma EPM 1938.
Documento 21a: Colação de grau - Primeira Turma
Documento 21b: Baile dos Doutorandos
Documento 22: Painel de Fotografia dos Doutorandos da Primeira Turma
Documento 22a: Diploma do Prof. Wladimir da Prussia Gomes Ferraz
Documento 23: Escola de Enfermangem EPM 1939
Documento 24: Formatura EPM - 1939
Documento 24a: Formatura da Segunda Turma EPM - 1939
Documento 25: Inauguração HSP - 1940
Documento 26: EPM Mudança de Estatuto - 1941
Documento 27: EPM Mudança de Estatuto - 1942
Documento 28: Homenagem Lemos Torres - 1942
Documento 29: Visita do Interventor para Libiberar Verbas - 1943
Documento 30: Escritura do Quarteirão - 1944
Documento 31: Edifício Lemos Torres - Patologia - 1949
Documento 31a: Edifício Lemos Torres
Documento 31b: Laboratório de Patologia
Documento 32: Alunos formados na EPM de 1938 a 1954.
Documento 33: Vista da Escola e HSP (foto 1)
Documento 33a: Vista da Escola e HSP (foto 2)
Documento 33b: Vista da Escola e HSP (foto 3)
Documento 34: EPM/SPDM - 1960
Documento 35: Pavilhão Maria Thereza Azevedo
Documento 35a: Edifício Octávio de Carvalho
Documento 35b: Edifício Octavio de Carvalho
Documento 35c: Edifício Octavio de Carvalho
Documento 35d: Foto recente EPM - 3
Documento 35e: Foto recente EPM - 4
Documento 35f: Foto recente HSP (1)
Documento 35f: Foto recente HSP (2)
Documento 36: Foto Panorâmica EPM
Documento 37: Chefes do Departamento de Cirurgia de 1953 a 2021
Outros Documentos
- Averbação EPM 1938 Posse de Lemos Torres na Diretoria
- Decreto Lei 421 de 11 de maio de 1938
- Retifica LEI 2.828, DE 18 DE JULHO DE 1956
- Projeto lei. 1,022, 1956 pagina 1120 Retifica
- EPM 1960 Modifica o Estatuto e Cria a SPDM - 18_Fundadores presentes
- História completa de Federalização da EPM 1955 a 1956 (parte 1 e parte 2)