O Projeto BMHV
O projeto que originou a criação do Banco de Memórias e Histórias de Vida da EPM/UNIFESP se baseou na concepção de História oral proposta por Meihy & Holanda (2008), entendendo-a como “um conjunto de procedimentos que se iniciam com a elaboração de um projeto e que continuam com o estabelecimento de um grupo de pessoas a serem entrevistadas. O projeto prevê: planejamento da condução das gravações com definição de locais, tempo de duração e demais fatores ambientais; transcrição e estabelecimento de textos; conferência do produto escrito; autorização para o uso; arquivamento e, sempre que possível, a publicação dos resultados que devem, em primeiro lugar, voltar ao grupo que gerou as entrevistas”
Nessa perspectiva às entrevistas são elaboradas em diálogo com os entrevistados que deixam de ser “meros informantes” da pesquisa, para tornarem-se colaboradores atuantes e imprescindíveis no projeto.
Nesse caso específico, estamos falando de um gênero de história oral que privilegia a experiência de vida daqueles que narram suas histórias, nas entrevistas buscamos as singularidades das trajetórias pessoais e da visão de mundo de cada colaborador. A esse tipo de história oral, Meihy & Holanda (2008) denominaram de História Oral de vida:
“No caso da história oral de vida, o que a distingue é exatamente a independência dos suportes probatórios. As incertezas, descartabilidade da referenciação exata, garantem às narrativas decorrentes da memória um corpo original e diverso dos documentos convencionais úteis à História. Em particular, a história oral de vida se espraia nas construções narrativas que apenas se inspiram em fatos, mas vão além, admitindo fantasias, delírios, silêncios, omissões e distorções.”