Partindo da hipótese de que o processo de adoecimento do ser humano decorre, em grande medida, da experiência desumanizadora causada pelo esquecimento e desrespeito daquilo que lhe seria “próprio” ou “apropriado”, este curso propõe, a partir de uma imersão no patrimônio narrativo-literário da humanidade (tomando como ponto de partida a Odisseia de Homero), uma rememoração daquilo que seria próprio do humano como caminho de autoconhecimento e promoção de saúde em sentido integral.
Inscrições pelo formulário do CeHFi (comunidade e alunos especiais): de 4 a 29 de JULHO - ou até o fim das vagas
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Humanidades e Saúde 6: O que é próprio do humano?
Disciplina Eletiva de Pós-Graduação para o Programa de Saúde Coletiva e demais programas de pós-graduação da UNIFESP
Professor Responsável: Prof. Dr. Dante Marcello Claramonte Gallian http://lattes.cnpq.br/6044992821022223
Promoção: Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) / Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Dep. de Med. Prev. da EPM
Período: 03/08/22 a 16/11/22
Horário: quarta-feira das 10:00 às 12:00hs
Carga horária didática: 26hs
Carga horária atividade: 74hs
Créditos:
Vagas: 30 (20 alunos matriculados / 10 comunidade)
Formato: on line
Local: Google Meet
Problematização e Objetivo do Curso:
Partindo da hipótese de que o processo de adoecimento do ser humano decorre, em grande medida, da experiência desumanizadora causada pelo esquecimento e desrespeito daquilo que lhe seria “próprio” ou “apropriado”, este curso propõe, a partir de uma imersão no patrimônio narrativo-literário da humanidade (tomando como ponto de partida a Odisseia de Homero), uma rememoração daquilo que seria próprio do humano como caminho de autoconhecimento e promoção de saúde em sentido integral.
Tomando como base e roteiro de estudo a obra É próprio do humano: uma odisseia do autoconhecimento e da autorrealização em 12 lições (fruto de uma pesquisa realizada nos últimos 20 anos a partir da leitura e discussão de clássicos da literatura universal enquanto meio de conhecimento do humano, humanização e promoção de saúde) o curso pretende propor um itinerário de reencontro com aquilo que seria próprio do humano, visando contribuir não só para o conhecimento humanístico de acadêmicos e profissionais da saúde, como também para o processo de humanização em saúde, tanto do ponto de vista teórico, quanto prático e vivencial.
Metodologia
Aula expositiva seguida de discussão a partir da bibliografia básica e complementar previamente indicada. O roteiro dos encontros seguirá o itinerário das 12 lições delineadas na obra É próprio do humano. Recomenda-se, portanto, a leitura prévia do capítulo correspondente a cada encontro, assim como das obras (ou trechos dessas obras) literárias e/ou filosóficas mencionadas em cada lição.
Programa:
Aula 1 (03/08): Introdução: A busca do que é próprio do humano como meio de autoconhecimento e promoção de saúde integral - as lições da literatura.
Aula 2 (10/08): Primeira lição: É próprio do humano ter de sair
Aula 3 (17/08): Segunda lição: É próprio do humano querer voltar
Aula 4 (24/08): Terceira lição: É próprio do humano ter fé e esperança
Aula 5 (31/08): Quarta lição: É próprio do humano saber refletir e discernir
Aula 6 (14/09): Quinta lição: É próprio do humano ser corajoso
Aula 7 (21/09): Sexta lição: É próprio do humano ser astuto
Aula 8 (28/09): Sétima lição: É próprio do humano ser curioso
Aula 9 (05/10): Oitava lição: É próprio do humano ser contemplativo
Aula 10 (19/10): Nona lição: É próprio do humano ser hospitaleiro
Aula 11 (26/10): Décima lição: É próprio do humano ser celebrativo
Aula 12 (09/11): Décima primeira lição: É próprio do humano saber conversar
Aula 13 (16/11): Décima segunda lição: É próprio do humano saber esperar e terminar
Bibliografia Básica:
GALLIAN, Dante. É próprio do humano: uma odisseia do autoconhecimento e da autorrealização em 12 lições. Rio de Janeiro, Record, 2022.
HOMERO. Odisseia. Tradução Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin: Companhia das Letras, 2011.
Bibliografia Complementar:
ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia: Inferno. Tradução Italo E. Mauro. São Paulo: Editora 34, 2012.
ARISTÓTELES. A política. Tradução N. S. Chaves. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.
As mil e uma noites. Tradução A. Diniz. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
BENJAMIN, Walter. “O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. In: _______. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. Tradução S. P. Rouanet. 3a ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. 8a ed. São Paulo: Paulus Editora, 2012.
BLIXEN, Karen. “A festa de Babette”. In: _______. Anedotas do destino. Tradução C. de A. Leite. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia grega. Petrópolis: Vozes, 1987, v. III.
CERVANTES, Miguel de. O engenhoso fidalgo D. Quixote de la Mancha. Primeiro Livro. Tradução S. Molina. 3a ed. São Paulo: Editora 34, 2005.
CHEVALIER, Jean; GHEEBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Coordenação Carlos Sussekind. 2a ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê? Tradução Laura T. Brandini. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
DE BATOS, Hesíquio. “Capítulos sobre a sobriedade e a vigilância”, n. 119. In: _______. Padres népticos: Filocalia. Tradução Luis Kehl. 2009. t. 1, v. II.
DE LA BARCA, Calderón. A vida é sonho. São Paulo: Hedra, 2007.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. O idiota. Tradução P. Bezerra. 4a ed. São Paulo: Editora 34, 2015.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. “O sonho do homem ridículo”. In: _______. Duas narrativas fantásticas. Tradução Vadim Nikitin. São Paulo: Editora 34, 2003.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os irmãos Karamázov. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2008, v. 1 e 2.
ELIADE, Mircea. História das crenças e ideias religiosas. Tradução R. C. de Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar, 2010, v. I: Da Idade da Pedra aos Mistérios de Elêusis.
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SHELLEY, Mary. Frankenstein ou o Prometeu moderno. Tradução Adriana Lisboa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.
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TOLKIEN, J. R. R. O Senhor dos Anéis. Tradução Lenita Maria Rimoli Esteves e Almiro Pisetta. São Paulo: Martins Fontes, 2002, 3 volumes.
TOLSTÓI, Liev. A morte de Ivan Ilitch. Tradução Boris Schnaiderman. São Paulo: Editora 34, 2006.