Acervo de Histórias de Vida e Entrevistas (História Oral)

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Projeto 75x75

“Às vezes se esquece que as instituições são feitas da vida das pessoas”.

Esta frase, dita por um antigo aluno e professor da Escola Paulista de Medicina/Unifesp numa entrevista de História Oral de Vida para o projeto “75X75: 75 histórias de vida para contar os 75 anos da EPM/Unifesp”, é a que inspira e ao mesmo tempo sintetiza o espírito do Banco de Memórias e Histórias de Vida da EPM/Unifesp. 

Projeto 75x75

75 Histórias de Vida
que contam a História dos
75 anos da EPM/ UNIFESP

Introdução

A proximidade dos 75 anos de fundação da Escola Paulista de Medicina fez com que algumas atividades começassem a ser planejadas para comemorar a data. Uma série de ações está sendo programada e entre elas se consolidou a idéia de procurar criar uma forma especial de conversa com a extensa população, podemos chamar assim, que vive e viveu de alguma forma esse processo de consolidação da atual Universidade Federal de São Paulo.

O Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde - CeHFi, depositário de boa parte da memória histórica da instituição e promotor de diversas pesquisas e ações neste âmbito, participa desta mobilização apresentando um projeto que visa fomentar o conhecimento, a preservação, a difusão, assim como a reflexão não somente sobre a memória histórica da universidade como também sobre seus caminhos futuros.

Entendemos que a história, mais do que instrumento de preservação do passado é, fundamentalmente, elemento de reflexão e diálogo com o presente. Por isso o CeHFi, como centro de desenvolvimento de pesquisa, percebe a importância de se discutir os rumos atuais da instituição num momento ímpar de sua trajetória. Assim, mais do que uma ação comemorativa que marca uma efeméride, propusemos um projeto que pudesse nos auxiliar na realização de ações e projetos para o momento presente.

Proposta

Este projeto visa realizar mais do que uma idéia, um sonho, já acalentado e arquitetado há algum tempo pelos pesquisadores do CeHFi e por muitos professores e funcionários que percebem a importância de um trabalho desta natureza para a instituição. Trata-se de coletar, transcrever e publicar histórias de vida contadas por pessoas que, de alguma forma, dedicaram parte de suas trajetórias profissionais e pessoais à instituição.

A História Oral de Vida, tal como vem sendo chamada pelos especialistas e por uma gama cada vez maior de pesquisadores e pensadores da cultura moderna, assume, nos últimos anos, valor cada vez maior. E não apenas no âmbito restrito da historiografia. A revalorização do papel do indivíduo, da pessoa como personagem histórico, pari passo com as estruturas coletivas e institucionais, é uma das características mais marcantes das novas abordagens adotadas pelas Ciências Humanas no contexto da contemporaneidade. Recolocar a complexidade das relações entre indivíduo e as diversas estruturas que intermedeiam o fazer histórico das sociedades e culturas apresenta-se, cada vez mais, como uma obrigação fundamental no processo de análise e compreensão das realidades humanas. Daí o crescimento perceptível de projetos e obras historiográficas que têm se utilizado dos recursos da História Oral, cada vez com resultados mais interessantes e de grande repercussão social.

Como bem coloca o historiador José Carlos Sebe Bom Meihy (2005), uma das maiores autoridades em História Oral no Brasil, esta nova maneira de se fazer história é revolucionária não apenas do ponto de vista metodológico, mas também do ponto de vista da finalidade: a História Oral acaba repercutindo de maneira inevitável, e direta, na vida das pessoas.

É, pois, neste contexto e neste espírito que propomos um projeto que procurará contar a história da UNIFESP desde uma perspectiva diferente. Nem mais nem menos importante e fundamental que a perspectiva historiográfica tradicional – baseada em documentos escritos e imagéticos – porém, igualmente fundamental. Uma história que cumprirá um papel e um objetivo também necessário e desejável.

Setenta e cinco histórias de vida para contar a história dos setenta e cinco anos da história da UNIFESP. Tal projeto apresenta-se, portanto, não apenas como uma idéia simpática para dar conteúdo simbólico às comemorações, ela, sem dúvida, tem um provocativo apelo emocional, mas, obviamente, não pára por ai; vai muito além. Este projeto apresenta-se como uma grande oportunidade de se realizar um esforço memorialístico há muito desejado e sentido como fundamental pela instituição. Projeto que se apresenta agora como algo oportuno e essencial neste contexto histórico de expansão onde a reflexão não pode prescindir das referências da memória.

Setenta e cinco histórias de vida não apenas para coincidir com os setenta e cinco anos de história da UNIFESP, mas também por representar um número bastante significativo de pessoas e perspectivas, no esforço de revelar uma trajetória institucional que é, sobretudo, coletiva.

Objetivos e Resultados

Como objetivo geral, o projeto 75X75 visa coletar, através da metodologia acima descrita, setenta e cinco relatos de pessoas que tenham dedicado parte de suas vidas à instituição. Desde professores, funcionários e alunos, mas também pacientes, vizinhos e pessoas das cercanias que, de alguma forma, estiveram e se sentem partes desta história. Os critérios de seleção dos 75 entrevistados obedecem a uma tentativa de distribuição equânime das diferentes áreas, serviços, gerações e personagens da instituição. A idéia é formar redes de nomes que srão auto-alimentadas pelos próprios entrevistados, numa cadeia de referências e lembranças emocionais, profissionais, científicas, de amizade e de afeto.

Os relatos devidamente transcritos e transcriados – conforme os referenciais de uma das linhas da moderna História Oral – serão posteriormente publicados em forma de livro, contendo imagens e textos analíticos produzidos pelos autores do projeto.

Além disso, outros objetivos se somam a este projeto. Compor um “arquivo multimidiático”, de som, imagem e texto, a ser incorporado ao acervo do Arquivo Histórico do CeHFi. O atual projeto será, então, uma etapa de um processo mais longo, e quem sabe permanente, de recolhimento de memórias e histórias de vida da UNIFESP atual e futura.

Estratégia e Metodologia

A História Oral de Vida, tal como esta sendo desenvolvida por participantes do CeHFi, é adotada e trabalhada também por outros grupos de historiadores. Nessa etapa estamos contando com a assessoria do NEHO - Núcleo de Estudos de História Oral do Departamento de História da USP. Este Núcleo, ao qual o atual diretor do CeHFi se vincula pois participou e atuou quando da sua estruturação e fundação, fornecerá assessoria técnica. A idéia é que possamos contar com a participação de pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação em processo de especialização na área.

A História Oral, tal como a concebemos, não pode ser vista como um simples recurso de coleta de “informações”, mas como um instrumento de construção da história, reivindicando para si métodos e técnicas próprias, relacionadas com intenções e objetivos específicos que se ligam muito mais ao domínio do experimencial, do pessoal, do vivido e não tanto do provável, constatável e quantificável (GALLIAN, 1992).

Equipe

CeHFi

Prof. Dr. Dante Marcello Claramonte Gallian (Docente e Diretor do CeHFi), coordenador

Dra. Márcia Regina Barros da Silva (Pesquisadora do CeHFi), pesquisadora responsável

Dr. Valdir Reginato (Pesquisador do CeHFi), pesquisador

Yuri Bittar (Prograd / CeHFi), apoio técnico

NEHO

Prof. Dr. José Carlos Sebe Bom Meihy (Professor do Departamento de História – FFLCH / USP) Coordenador

Pesquisadores

Profa. Dra. Fabiola Holanda Barbosa (Professora do Departamento de História – FFRo)

Suzana Lopes Salgado Ribeiro – Historiadora (Doutoranda em História Social – FFLC / USP)

Ricardo Santhiago Corrêa – Jornalista (Mestrando em História Social – FFLC /USP)

Maria Aparecida Blaz V. Amorim - Historiadora

Xenia de Castro Barbosa - Historiadora

Entrevista Regina Celes de Rosa Stella
 
 
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