As Humanidades e o Saber Médico
Dante Marcello Claramonte Gallian
Doutor em História Social - FFLCH-USP
Diretor do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) da Univ. Fed. de São Paulo (UNIFESP/EPM) dante.cehfi@epm.br
Resumo
O presente artigo busca, partindo da análise da obra do médico, ensaísta e historiador Gregorio Marañón (1887-1960), discutir o papel das artes e, mais especificamente, o das humanidades no saber médico. Entendida como uma das cinco fontes do saber médico, as humanidades apresentam-se como instrumento essencial para o exercício de uma medicina centrada na pessoa e não na doença. Fornecedora de intuições sobre a vida humana, as artes, a literatura e a história apresentam-se como janelas ou bisturis que possibilitam adentrar na dimensão pessoal do paciente, além de se constituírem também em despertadores privilegiados do interesse pelo humano, condição essencial da vocação médica. Neste sentido, o artigo discute também a importância da presença das humanidades na formação médica.