Beatriz Illanes Inácio
História de Convivência do Laboratório de Humanidades
Conheci o Laboratório de Humanidades em 2018, porém a ideia de me separar dos livros acadêmicos e de uma teoria sólida para se sujeitar a um novo mundo que a tempos eu não sabia o que era (vulgo o mundo dos livros não acadêmicos) era para mim, de certa forma, assustadora.
Em 2019, novas leituras não me assustavam mais, mas já eram necessidade. Com o passar das reuniões e a forma como foram conduzidas percebi que não existe livro acadêmico e não acadêmico, pois mesmo que uma historia não fale diretamente só sobre os vários tipos de doenças e seus tratamentos, de certa forma, todo livro aborda o ser humano de uma forma distinta, com seus prós e contras, e nos faz ver as diferentes personalidades existentes e como isso afeta os demais a sua volta. Com Frankenstein não foi diferente. O desenrolar das reuniões nos possibilitou avaliar o ser humano como um todo e como o egoísmo, a ganância e a vontade de ser superior ao outro é algo que acompanha a humanidade desde sua existência.
Confesso, aceitar e concordar com opiniões muito distintas a minha era algo complexo e que precisava ser trabalhado. Esse foi um motivo secundário ao pensar em realizar a eletiva. Por que não trabalhar isso em mim de uma forma mais lúdica? De fato, as opiniões são diversas, e é incrível (e até estranho) como tantas cabeças juntas podem ver detalhes tão distintos e complexos em um trecho minúsculo. Aprendi a enxergar mais os detalhes porque, às vezes, não é no todo que se encontram as respostas, mas no seu mínimo.
Falo também sobre a forma de condução do Dante e do Yuri durante nossas reuniões. Diferentemente de outras disciplinas, a não obrigação de expor nossas ideias e até dúvidas faz com que tudo seja, de fato, mais humanizado e faz o interesse participativo ser maior, pois o método obrigatório de algumas disciplinas, obrigando o aluno a elaborar uma super ideia para não ficar sem nota, nunca foi efetivo. Faz a pessoa ter medo, anseio e de certa forma rejeição, afastando totalmente aluno e professor.
Ademais, agradeço a quem tornou possível essa experiência e espero poder partilhar, futuramente, de mais histórias de convivência e que, através da minha indicação, mais pessoas possam dedicar um dia da sua semana a mergulhar em algo tão diferente a nossa rotina diária. Precisamos disso, precisamos muito.